
Levantamento mostra a relevância do atendimento especializado
A Subsecretaria de Proteção Social Especial (SubPSE), por meio do Núcleo de Informação de Dados, elaborou um levantamento sobre o perfil das mulheres atendidas pelos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) no município do Rio de Janeiro. Os dados, referentes ao ano de 2024, apontam para a diversidade, as violações de direitos mais recorrentes e os principais motivos de desligamento do acompanhamento pelo Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI).
Mulheres cisgênero
A maior parte das mulheres cisgênero atendidas pelos CREAS se autodeclara parda (47,5%), seguida por branca (24,8%), preta (23,8%) e não informada (4%). A idade média dessas usuárias é de 44 anos.
Entre as principais violações de direitos identificadas, destacam-se:
– Violência física (30%)
– Violência psicológica (20%)
– Situações relacionadas à saúde mental (17%)
– Violência contra pessoas com deficiência (16%)
– Violência sexual (8%)
– Violência de Estado (6%)
– Violência patrimonial (7%)
Quanto ao desligamento do acompanhamento no PAEFI, 75,9% ocorreram sem que o tipo de violação fosse informado. 17,1% dos casos se deram por não adesão ao plano de acompanhamento familiar, e 3,7% por superação da violação de direitos. Casos de mudança de território, acolhimento e não localização do indivíduo também aparecem entre os motivos.
Mulheres transgênero
O levantamento também apresenta dados sobre mulheres transgênero atendidas pelos CREAS. A idade média das usuárias é de 31 anos, e a maioria se identifica como parda (40%), seguida por branca, indígena e preta (cada uma com 20%).
As violações mais comuns nesse grupo incluem:
– Situação de rua (60%)
– Discriminação por identidade de gênero ou orientação sexual (40%)
Os motivos de desligamento do acompanhamento incluem: não adesão ao plano de acompanhamento (57%), violação não informada (29%) e encaminhamento para acolhimento (14%).
Panorama de quatro anos
Nos últimos quatro anos, os CREAS realizaram 5.343 atendimentos relacionados à violência doméstica e familiar, com uma média de 1.781 por ano. Em 2024, foram registrados 1.259 casos, reforçando a necessidade da atuação especializada e do fortalecimento da rede de proteção.