Acolhidos e ex-acolhidos mostraram seus talentos e contaram histórias de superação na Biblioteca Parque Estadual.
Luanda de França de Souza, de 51 anos, viveu quatro anos pelas ruas da Zona Oeste, se perdeu no caminho das drogas, mas recebeu suporte e conselhos de profissionais da Assistência Social de CRAS e CREAS da região. Encontrou um companheiro, saiu da situação de rua, construiu a própria casa e hoje vive com a família, venceu o vício e voltou a estudar. Cristiano de Oliveira Pereira, de 51 anos, também retomou os estudos, após idas e vindas da Unidade de Reinserção Social Rio Acolhedor, em Paciência.
Os dois são alguns exemplos da importância do trabalho da abordagem social, que oferece acolhimento e leva esperança a quem está nas ruas. Ambos participaram, na tarde de terça-feira, dia 19, do evento cultural da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) para marcar o Dia Nacional de Luta da Pessoa em Situação de Rua.
“É muito importante lembrar deste dia como o dia em que a gente valorize os caminhos de superação”, afirmou a secretária Martha Rocha durante o evento, que aconteceu na Biblioteca Parque Estadual, no Centro.
Serviço Social
Reintegrada à família e ao convívio social, Luanda revelou seu próximo sonho: concluir o Ensino Médio e prestar vestibular para uma vaga no curso de Serviço Social.
“Se não fosse o trabalho da Assistência Social eu não estaria aqui hoje. Assistentes como Janine e Marcelo me ajudaram, levaram para o CAPs, acompanharam meu tratamento”, lembrou Luanda.
Cristiano está há dois anos na URS Rio Acolhedor, aprimorando o talento para o desenho e a pintura, que descobriu ainda criança.
“Antes eu levava de brincadeira a arte. Agora voltei a estudar. Os técnicos da URS são amigos, muito amorosos. Todo mundo precisa de uma oportunidade, de alguém que olhe para nós”, ressaltou ele, que é autor de um quadro retratando a imagem da secretária Martha Rocha e de ilustrações sobre o Vasco, clube do coração dela.
Sarau de poesia
Além do quadro e das ilustrações, a secretária recebeu de presente um pufe, confeccionado na URS, e pôde assistir à apresentação dos alunos do projeto Super-Ação do Centro Pop José Saramago, que recitaram poemas autorais no sarau “Marquises”, idealizado por Leo Motta, assessor da SMAS.Leo falou sobre um reencontro marcante com a assistente social Ana Lúcia Avelar, também presente ao evento. Foi ela que o convenceu, em 2016, a aceitar acolhimento e deixar as ruas, quando atuava no Segurança Presente. Atualmente, os dois trabalham juntos na SMAS.
“Foi ela quem me deu um abraço diferente, lá em 2016, quando eu me encontrava fétido. Hoje, vestimos o mesmo colete!”, disse Leo Motta.
FOTOGRAFIAS: Wanderson Cruz / Divulgação / SMAS
