Assistência Social, Saúde e movimentos sociais participam de painel sobre desafios no enfrentamento da tuberculose

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Publicado em 09/06/2025 - 15:08  |  Atualizado

Encontro reuniu cerca de 150 profissionais nesta sexta, dia 6, na sede da Prefeitura do Rio.

Cerca de 150 profissionais participaram nesta sexta-feira, dia 6, do painel “Articulando Assistência Social, Saúde e Movimentos Sociais no Enfrentamento da Tuberculose” no auditório do Centro Administrativo São Sebastião (CASS). A doença ainda apresenta dados alarmantes no Brasil, que está entre os 30 países com maior número de casos, de acordo com o Fórum de Tuberculose do Rio de Janeiro.

A secretária municipal de Assistência Social, Martha Rocha, participou da mesa de abertura do evento e lembrou de quando presidiu, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a Comissão de Saúde e integrou a Frente Parlamentar de Combate e Prevenção à Tuberculose, HIV e Diabetes:

“Criamos um plano de enfrentamento da tuberculose, a partir de um projeto de lei de minha autoria. Transporte e alimentação estão entre as questões que afetam as pessoas mais vulneráveis, que são mais suscetíveis à doença.” 

Representante do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Cgtm/Dathi) do Ministério da Saúde, Tiemi Arakawa apresentou o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como problema de saúde pública e o Programa Brasil Saudável, com metas de erradicação definidas até 2030.

“Em 2023, ela voltou a ser a doença infecciosa que mais mata no mundo (10,8 milhões de pessoas).  No Brasil, é a primeira causa  de morte entre pessoas com HIV. A proteção social é considerada a vacina social contra a tuberculose no Brasil e no mundo”,  disse Tiemi.

Números no Rio
A médica Ana Paula Barbosa e a assistente social Maíra Guazzi, da Gerência de Doenças Pulmonares Prevalentes, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mostraram o perfil de quem mais adoece no município, com base em dados de 2024: homens (68%); negros (68,6%), com idades entre 20 e 49 anos. Entre os pacientes diagnosticados com a doença, 13,3% receberam benefícios de transferência de renda e 5,2% estavam em situação de rua.

“É uma doença que tem tratamento pelo SUS, mas houve 306 óbitos em 2024. Não adianta somente tratar quem está infectado. É preciso tratar preventivamente familiares e contatos”, ressaltou Ana Paula.

A assistente social Patrícia Esteves, da Subsecretaria de Proteção Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), apresentou dados sobre os casos notificados da doença em pessoas em situação de rua nos últimos anos: 521, em 2019; 55, em 2020; 595, em 2021; 758, em 2022; 994, em 2023; e 429 (número parcial), em 2024. Para ela, é fundamental garantir o acesso ao cartão de transporte e à segurança alimentar do paciente.

“O grande desafio hoje é a permanência no tratamento. Precisamos entender a importância do suporte alimentar, por causa do impacto da medicação no corpo enfraquecido. É preciso ter acesso à suplementação alimentar, para reagir. Porque nem sempre o paciente vai ter uma fruta ou leite em casa”,  explicou Patrícia.

Linguagem acessível
Representante da sociedade civil, Wanda Guimarães, do Fórum de Tuberculose do Rio de Janeiro, apontou a necessidade de uma linguagem acessível no atendimento aos pacientes:

“É preciso adaptar, usar uma linguagem mais popular. Muitas vezes a pessoa sai do médico e não entende nada do que foi dito sobre a doença”.

Além da secretária municipal de Assistência Social, Martha Rocha; compuseram a mesa de abertura Aída Vianna, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS); Osvaldo Sérgio Mendes, presidente do Conselho Municipal de Saúde; Leo Lupi, subsecretário de Relações Institucionais da SMAS; Tiemi Arakawa, do Ministério da Saúde; Luiz Ribeiro, coordenador de Doenças Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS); e Wanda Guimarães, do Fórum de Tuberculose do Rio de Janeiro. Marneili Martins, representante da Secretaria de Estado de Saúde (SES), também participou do evento.

 

FOTOGRAFIAS: Wanderson Cruz / SMAS / Divulgação

A Secretaria Municipal de Assistência Social é o órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro responsável por gerenciar, planejar, promover, fiscalizar, executar e fazer executar a Política Nacional de Assistência Social, em coordenação com os demais órgãos do Município.

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