Os produtos cultivados serão consumidos em abrigos e Cozinhas Comunitárias Cariocas
A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) inaugurou o Projeto Hortas Acolhedoras que produzirá temperos, legumes e verduras de forma sustentável para consumo da população em situação de rua acolhida em abrigos e Cozinhas Comunitárias Cariocas, do Programa Prato Feito Carioca.
Os produtos, livres de agrotóxicos, estão sendo cultivados inicialmente nas Unidades de Reinserção Social (URS) Haroldo Costa, Ilha do Governador, Realengo e Rio Acolhedor. O projeto tem como objetivo promover educação em saúde, meio ambiente, estimular mudanças na cultura alimentar e aprendizado de uma atividade autônoma.
Esta iniciativa também colabora com uma maior integração entre os acolhidos, os profissionais que atuam nas unidades e com a comunidade do entorno, através de articulação com instituições parceiras do território. Maria Domingas Pucú, Secretária Municipal de Assistência Social, ressalta que estas hortas orgânicas fazem bem mais do que só produzir alimentos ou tratar da fome, elas também funcionam como oportunidade para acolhidos aprenderem uma nova profissão.
– Esse é mais um movimento de ampliação de políticas públicas para quem precisa, assim como já acontece com o Prato Feito Carioca e Cozinhas Comunitárias. Estamos alinhados com a Agenda 2030 da ONU e o Pacto de Milão que está acontecendo na cidade esta semana – acrescentou a Secretária.
O trabalho de educação em saúde e meio ambiente com os acolhidos nessas URSs também estimula mudanças na cultura alimentar, no que se refere à alimentação, à nutrição, à saúde e à qualidade de vida, através de boas escolhas e experiências práticas. Há mais de 10 meses no processo de situação de rua, Marco Aurélio Gomes, 45 anos, foi acolhido na Unidade de Reinserção Social Haroldo Costa há dois meses. Ele já foi locutor e tem experiência em auxiliar de cozinha e ASG, e acredita que o projeto faz muito mais que acolher, ele dá direção e ajuda com a saúde.
– Um dos maiores problemas do acolhido é a ociosidade, a falta de direção. Quando observei esse trabalho da horta sendo organizado, me interessei logo e pedi para participar. O processo do plantio nos faz refletir, ajuda com a ansiedade, nos dá conhecimento; é uma terapia – destacou Marco Aurélio, acrescentando que está em um processo de construção de vida e essa ajuda está sendo importante para que seja novamente inserido na sociedade, como membro ativo e construtivo.