Espaço presta acolhimento e encaminhamento às redes municipais de jovens, com foco na proteção e no combate ao trabalho infantil
A Secretaria Municipal de Assistência Social e o Shopping Leblon inauguraram um espaço do “Deixa Eu Ser Criança”, nesta segunda-feira (02/10). O espaço, que se tornou a base do núcleo na Zona Sul, presta acolhimento e encaminhamento de jovens às redes municipais, e tem por objetivo trabalhar na proteção e no combate ao trabalho infantil. A equipe é composta por um assistente social e quatro educadoras que fazem as abordagens e o devido acolhimento no espaço, seguido dos encaminhamentos necessários para as redes de proteção do município.
- A violação do direito das crianças e dos adolescentes acontece todos os dias. É uma atitude importante, corajosa, cidadã e positiva do Shopping Leblon abrir espaço para esse trabalho, visando a proteção e atenção com esses jovens – enfatiza Adilson Pires, Secretário Municipal de Assistência Social.
Lançada em 2022, com a sala do “Deixa Eu Ser Criança” no NorteShopping, na Zona Norte, a iniciativa já resultou em mais de 1.200 abordagens dedicadas, gerando centenas de articulações.
- É um ambiente preparado para prestar acolhimento e encaminhamento às redes municipais de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade que circulam no interior e no entorno do shopping – contou o superintendente do shopping, Rodrigo Lovatti.
O “Deixa Eu Ser Criança” foi idealizado pelo coordenador de segurança do Shopping Leblon, Thiago Pampurre, sensibilizado com a situação de vulnerabilidade de muitos adolescentes. Segundo o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, mais de 40 mil crianças e adolescentes de 5 a 17 anos vivem em situação de trabalho indevido pelas ruas do Rio.
- Além de expô-los aos riscos ocupacionais, é uma porta de entrada para outras violações de direitos – acredita Pampurre.
Acolhimento para criar vínculos
Convidados e conduzidos à sede do núcleo, as crianças e os adolescentes são acolhidos, cadastrados, alimentados e se divertem com TV, filmes, jogos e atividades culturais, sempre sob a tutela da equipe responsável. Criado esse vínculo de fraternidade, tornam-se mais confiantes para expor seus motivos que os levam às ruas. Entre os principais motivos relatados, dos que participaram do projeto na Zona Norte, estão a evasão escolar, necessidade de composição da renda familiar e, em alguns casos, exploração e maus tratos por seus responsáveis.
Dos mais de 190 jovens que tiveram sua vida transformada pelo projeto, Mateus Fasuolo Pereira, de 19 anos, fala da importância de sua expansão. À época em que foi encaminhado, era vendedor de balas e, atualmente, trabalha no NorteShopping, o primeiro a aderir ao projeto.
- É uma forma de desconstruir essa imagem de marginalização de nós jovens da comunidade. Agradeço por terem pessoas que acreditam na gente, que confiam no nosso potencial e no nosso profissionalismo, ajudando-nos a sentirmos parte da sociedade – diz Mateus.